segunda-feira, 23 de junho de 2008


Perpétua Flores

Quero apropriar-me dos teus pensamentos,
Roubar-te a sabedoria,
Inebriar-me com teus conhecimentos.

Quero sentir a alegria de viver
Que contagias com teus versos
Os corações sofridos e esperançosos.

Quero apoderar-me dos teus ensinamentos
E, sorver tuas palavras, tal remédio
Para a alma e o coração

Quero, como quero!
Transmitir, fé, esperança...
Ditas em tuas falas, nas escritas, na postura.

Quero seguir teus passos
Nas pegadas que deixas ao passar,
mais tarde ao teu lado seguir.

Somente assim entenderei
Direi a mim mesma
Agora eu sei!
Eu sou poeta!

Maria Clara Segobia

15/10/03

Homenagem á Nelson Fachinelli



Casa do Poeta

Homenagem á Nelson Fachinelli



Se aqui não estivesse.
Em que outro lugar estaria?
Se aqui não estivesse.
Em que outro lugar sonharia?

Aqui é o lugar das descobertas,
Dos sonhos na certa,
Negados na vida lá fora.

Se aqui estou, aprendo...
Aprendendo, cresço...
Crescendo, valorizo.
O espaço que nasci para sonhar.

Hoje estou aqui.
Muitos outros já estiveram,
Muitos outros hão de passar

Aqui é o começo...

Quem realizaria
Os meus pequenos sonhos?

Aqui é o caminho que todos
Passaram e aprenderam.

Se esquecerem, não importa!

Mas se aqui eu não estivesse!
Onde estaria?


Maria Clara Segobia
16/06/2004

A perda






A perda


Quando perdemos um amigo.
Sofremos.
Quando perdemos nosso animalzinho
de estimação.
Sofremos.
Quando perdemos o emprego.
Sofremos.
Há sempre a esperança.
Um novo amigo.
Um outro animalzinho.
Um novo emprego.
Nos entregamos em parte.
Tocamos nossa vida.
Quando perdemos um filho
não há troca
O vazio toma conta.
Sofremos em dobro.
Sofremos no todo.
Há um vazio na ação
uma inércia no agir.
Quando morrem.
Morremos aos poucos.

Obsessão


Obsessão



Quando o amor é obsessivo
perdemos o controle do direito
à nossa vida.
O medo de perder, ou que se perca,
nos torna vulneráveis e submissos
ás suas vontades.
É um amor tão forte e doentio
que culpando-nos pelos fracassos
alimentamos suas loucuras
e alienamos nossa vida insuportável.
Por quê?
Vem a pergunta sem resposta.
E num ato de loucura
abrimos mão desta loucura.
não faz sentido, é pensado
anos após anos
que com desculpas retardamos.
Há sempre bons momentos
risos soltos, palavras amigas.
Há muito amor, desejo de vitória!
Chega à hora do retrocesso.
Da vida passada. O que foi feito.
O que me tornei! Valeu a pena?
-Não! Não há remédio,
tudo foi feito.
Erros cometidos, erros empatados.
Não devo nada.
Sigo minha vida, segues a tua.
Mas com amor ainda te digo:
-Tentei de tudo.
Acabou!


Maria Clara Segobia
17/08/02

O egoísmo do tango




O egoísmo do tango

O tango penetra
na alma dilacerada.
Na dança unidos
em um só compasso
representam sua dor.
No olhar transferem
toda angustia
num pedido de socorro.
Sentindo cada um
sua amargura.


Maria Clara Segobia
Buenos Aires 2008

segunda-feira, 9 de junho de 2008

O tempo



Estou sendo levada pelo tempo
sem tempo de pensar.
O tempo passa não retrocede.
Relógio da vida.
Finaliza quando o tempo para
de contar vida!
Há uma falta de tempo
no tempo que tenho
para pensar em sentimentos.
O tempo passa drasticamente
engolindo o tempo,
sem saber que tempo tenho.
Há a expectativa do tempo final
que há de vir.
Perco o tempo
na solidão de sentimentos
no vazio do meu olhar.


Maria Clara Segobia
18/03/08

Saudade do passado












Saudade



A saudade abateu sobre meu ser.
Vontade imensa de ouvir tua voz,
sentir-te presente mesmo na distância.
Receosa, tremula. Disquei teu número.
Na dúvida ouvir-te ou não!
Atendeste.
Esqueci do meu propósito.
Esqueci o que falar.
Bêbada de amor
extasiei-me com tua voz
tão distante, tão real
da realidade que ouvia.
Sem querer acreditar,
ouvi tua voz,
sou teu passado.
Foi tudo.


Maria Clara Segobia
23/08/96

Anoitecer em Buenos Aires

















Anoitecer em Buenos Aires

Ao anoitecer
Do alto
Avisto luzes
Pouco a pouco
Ocupando espaços
Marcando limites
Presenças pelas janelas
As mais altas
São vaga-lumes
Vermelhos, brancos
Como olhos
Piscando, piscando
Se mostrando presentes
As outras presenças.
Não há melodia, vozes
Apenas sons no vazio
Das maquinas
Que levam e trazem
Imagens humanas.
Do alto
Observo
Pássaros metálicos
Que sobrevoam
Entre o céu e as luzes

Natal 2006


Anochecer em Buenos Aires


Al anochecer
Desde lo alto
Vislumbro luces
Poco a poco
Ocupando espacios,
Marcando limites
Presencias a través de las ventanas. Las más altas
Son luciérnagas
Rojas, blancas
Con los ojos
Parpadeando, parpadeando... mostrando presencia.
Las otras presencias
No hay melodias, voces sonidos Apenas, en el vacío
De las maquinas
Que llevan y traen
Imágenes humanas
Desde lo alto
Observo
Pájaros metálicos
Que sobrevuelan
Entre el cielo y las luces.

sábado, 7 de junho de 2008

Solidão


SOLIDÃO

ESTOU SOZINHA,
VAZIA.
SENTINDO UMA DOR PRESENTE,
DE UM SENTIMENTO AUSENTE,
HÁ MUITO TEMPO GUARDADO
NO ESQUECIMENTO.

ESTOU SOZINHA.
PERDIDA.
QUERENDO ENCONTRAR
A ALEGRIA QUE SÓ OS
AMANTES SENTEM NO
REENCONTRO DO DIA A DIA,
QUANDO TE SINTO PRESENTE.

ESTOU SOZINHA.
ESPERANDO.
DAR MOTIVO A MINHA VIDA
PRÁ SORRIR POR QUALQUER COISA
E CHORAR DE ALEGRIA.

ESTOU SOZINHA.
ATÉ QUANDO!
QUERO O AMOR.
NÃO IMPORTA QUANDO.
QUERO AMAR E SER FELIZ!

MARÇO 2001